É difícil encontrar uma cidade tão perto de nós, mas tão diferente. Voar para Marrakech demora tanto como ir a Madrid ou mesmo Barcelona. Queria um destino para fugir à rotina de Portugal, um sítio fora da Europa mas suficientemente perto para não fazer voos de várias horas. Marrakesh foi a escolha lógica, até porque já me tinha escapado uma vez (um dia voei até Madrid e, quando ia voar para Marrocos, apercebi-me de que me tinha esquecido do passaporte…)
O voo da TAP foi directo e num ápice passei das ruas quase desertas de Portugal para o reboliço de Marrakech. Mesquitas, riads (mansões), fondouqs (espaços partilhados de artesãos), zawiyas (alminhas dedicadas a santos, algo único no Islão), minaretes, kasbahs (castelos), palácios, souks (ruelas cobertas dedicadas ao comércio). O labirinto de Marrakech é isto e muito mais.
Fui directo fotografar o ex-libris da cidade: a praça Jamaa El Fna. Não há como fugir dela. É nela que todo o tipo de atracções e pessoas se juntam, boas e más. A euforia inicial depressa pode pedir por alguma paz. O melhor é subir-se a um dos cafés com terraço. Exigem consumo mínimo (no meu caso 2€ por uma água), mas vale a pena ver o dia transformar-se noite na praça “mais louca de África”, como garante o Lonely Planet.
A medina de Marrakech é outro íman para turistas, vendedores e locais. Nos becos, mais calmos, revela-se uma cidade fotogénica, num pitoresco emaranhado de casas de argila ocre, pequenos jardins e riads escondidas. Ao final da tarde a cidade ganha ainda mais vida. O burburinho incessante faz-me desviar novamente para as as ruelas livres de souqs, onde encontrei o meu refúgio para fotografar com maior tranquilidade. Ficam as imagens do labirinto marroquino.
Muito boa as imagens. Estive há um mês no Marrocos e por lá entrei em contato com esse labirinto. Gosto dessa palavra “labirinto” para caracterizar esse território. Parabéns! Muita sensibilidade nessas imagens. Técnica também 🙂 [no meu caso, como amador, percebi uma tensão muito grande entre população local e fotógrafos turistas, daí surgiu a ideia de fazer uma exposição aqui em Minas Gerais, Brasil, sobre esse “confronto” a partir das imagens que consegui captar e que de alguma maneira revela o que estou chamando de “confronto”, ou “guerra da/pela imagem”].
Ops, faltou meu nome: Léo.
Obrigado pela visita Léo. Senti precisamente o mesmo em relação ao tal “confronto” entre fotógrafo e população local, muito provavelmente por razões religiosas/crenças. É preciso respeitá-las e por isso só fotografei retratos directos com explícita permissão. Infelizmente foram muitos poucos… Nesse aspecto Marrocos é um país complicado para se obter boas fotografias desse tipo
Belas fotos, não cobraram para serem fotografados ?…
Viva Roberto.
Não cobraram. Tenho como princípio geral não pagar para fotografar pessoas.
Obrigado pela visita